Novos bitcoins são emitidos pela rede Bitcoin a cada 10 minutos. Nos primeiros quatro anos de existência do Bitcoin, a quantidade de novos bitcoins emitidos a cada 10 minutos foi de 50. A cada quatro anos, esse número cai pela metade. O dia em que o valor cai pela metade é chamado de “halving”.

Em 2012, a quantidade de novos bitcoins emitidos a cada 10 minutos caiu de 50 bitcoins para 25. Em 2016, caiu de 25 para 12,5. No último halving de 11 de maio de 2020 , a recompensa caiu de 12,5 para 6,25 BTC por bloco. Neste próximo halving de 2024, a recompensa cairá de 6,25 BTC por bloco para 3,125 BTC.

A boa notícia é que esse é um período estratégico para negociar a criptomoeda e o mercado já se prepara para isso. Nesse texto, você vai entender melhor esse período importante para o investimento em bitcoins.

Escrito no código

O código do Bitcoin foi construído de maneira que a rede regule automaticamente a dificuldade da mineração de blocos, tendo como objetivo uma produção que se mantenha em aproximadamente um bloco a cada 10 minutos. Sempre que um novo bloco é minerado, ele gera uma recompensa para seu minerador.

Visto que a única forma de gerar novas moedas na rede do Bitcoin é pelas recompensas de mineração, os criadores (ou criador) do Bitcoin decidiram (decidiu) que, de tempos em tempos, a recompensa deveria cair pela metade sempre que 210.000 blocos fossem minerados, o que leva aproximadamente 4 anos para acontecer, esse evento recebe o nome de “Halving” (reduzir pela metade).

Ouro digital

O conceito é muito semelhante ao processo de extração de metais preciosos, que como o Bitcoin, são limitados. Em uma mina de ouro, conforme se extrai o minério mais acessível a dificuldade vai aumentando, sendo cada vez mais difícil extrair o ouro que se encontra nas partes mais profundas da gruta, o que acaba encarecendo o processo, resultando em uma valorização do ativo. No caso do Bitcoin, o limite é de 21 milhões de unidades.

A recompensa pela mineração de bitcoins cai pela metade quando 210.000 blocos são minerados, o que leva aproximadamente quatro anos para acontecer.

Como o halving impacta o mercado cripto?

Através das taxas de emissão programada do Bitcoin é possível visualizar e compreender com mais facilidade a taxa de inflação da moeda, a atual e a futura. Diferente do caso de moedas centralizadas, onde o governo ou uma instituição controla as emissões da maneira como bem entende, no caso do Bitcoin, podemos confiar no código, e observar com facilidade quantos Bitcoins estão em circulação e quantos ainda restam para serem minerados.

Com a proximidade do próximo do halving, o investidor consegue ter insights que ajudam na tomada de decisão sobre os investimentos.

Se a demanda se mantiver no mesmo patamar, o corte na emissão tende a resultar em um aumento do preço. Se a demanda cair no mesmo nível que a nova emissão, o preço tende a se manter. Por último, se a demanda subir neste momento em que a emissão for reduzida, o preço tende a aumentar consideravelmente.

Outro fator que impacta fortemente no preço da moeda, é o custo para se minerar/emitir. A redução da recompensa no processo de mineração obriga os mineradores a repassarem o custo (que envolve investimentos em hardware e energia elétrica), dividido para um número menor de moedas, ou seja o custo por recompensa sobe, tornando a moeda mais cara.

No entanto, é importante observar que o halving não é uma garantia automática de aumento de preço do Bitcoin. O mercado é complexo e influenciado por uma variedade de fatores, como adoção, regulação, sentimento do mercado e tecnologias agregadas. Portanto, embora o halving seja um evento importante, é apenas um dos muitos aspectos a serem considerados ao analisar o preço e o futuro do Bitcoin.

Por esse motivo, esse evento não tende a ser visto com maus olhos ou com temor pelo mercado (em linhas gerais).