Blockchain: entenda a tecnologia de segurança dos dados financeiros

CapExplain Feb 19, 2022

O futuro é da internet e da informação. Isso é bem claro para todos nós, porém muitas outras atividades orbitam nesses pilares, como o mercado financeiro. Pela importância da segurança desses dados, cada vez mais investimento tem sido feito em tecnologia e, uma delas, é a blockchain.

Uma pesquisa feita pela empresa financeira VISA, mostrou que, pelo menos, 30% dos brasileiros já investem em ativos digitais. O uso da blockchain está diretamente relacionado às movimentações com criptomoedas e criptoativos, apesar de subsidiar outras milhares de atividades que necessitem da alta segurança de informações.

Blockchain é um sistema de registro de informações que torna difícil e, até mesmo, impossível alteração ou hackeamento. A blockchain é, basicamente, um livro digital de transações duplicado e distribuído em toda a rede de computadores conectados na blockchain.

Confira nesse artigo tudo o que você precisa saber sobre a Blockchain e como ela vai impactar diretamente nas suas transações com criptoativos.


Veja nesse artigo:

  1. O que é, afinal, a blockchain?
  2. Como funciona a Blockchain
  3. Como negociar criptos na Blockchain?
  4. A Blockchain é mesmo segura?
  5. Quais são as vantagens da Blockchain?
    5.1. Descentralização
    5.2. Disponibilidade e integridade
    5.3. Transparência e auditabilidade
    5.4. Imutabilidade e irrefutabilidade
    5.5. Privacidade e anonimidade
    5.6. Desintermediação, cooperação e incentivos
  6. O que são Tokens?
    6.1. Security Tokens (Segurança e Título)
    6.2. Equity Token (Referência e Comparação)
    6.3. Utility Token (Aplicativos)
    6.4. Payment Token (Pagamentos)
  7. Deu para entender o processo?

O que é, afinal, a Blockchain?

A primeira notícia relacionada ao termo “blockchain” foi feita no ano de 2008, em um  ensaio acadêmico. Esse trabalho foi publicado por Satoshi Nakamoto, pseudônimo do suposto criador da bitcoin.

Em linhas gerais, podemos dizer que a Blockchain é um sistema baseado em dados digitais que funciona de forma descentralizada, mas inter relacionada, que é alimentada por diversos computadores.

Para que uma rede seja, de fato, descentralizada, ela depende de uma conexão globalizada e distribuída de computadores ou nós (nodes). Em larga escala, um node (nó) é um computador conectado à uma rede. Para você entender melhor: na sua casa, por exemplo, seu telefone é um nó, seu notebook é um nó, seu roteador é um nó e assim por diante.

Os nós podem ter vários perfis, tamanhos e formas, cada um com uma função diferente e imprescindível para o funcionamento da rede.

Blockchain é um sistema baseado em dados digitais que funciona de forma descentralizada


Como funciona a Blockchain?

São necessários dois fatores principais para o funcionamento da blockchain: uma rede distribuída para verificar as movimentações e o ledger (registro sequenciado) que a rede mantém.

Dados que compõem a blockchain não mudam, mas passam por verificação de todos os computadores da cadeia. Esse processo garante a segurança das transações com criptomoedas, pois permite rastrear o envio e o recebimento de informações online.

Para entender melhor, pense na seguinte imagem: uma série de blocos distribuídos pela internet. Cada um com uma função matemática (chamada Hash) que gera um código principal composto de letras e números, bem parecido com uma senha.

Além desse código, o bloco guarda também um segundo número que permite a conexão com blocos adjacentes. Essa espécie de “código elo” garante a segurança e inviolabilidade da informação principal.

A partir desse processo, é criada uma cadeia de dados interligados que formam uma verdadeira corrente, por isso o nome blockchain. Conseguiu visualizar?

Cada um dos blocos da cadeia é protegido por um código criptografado (a função matemática que falamos anteriormente) e guarda um determinado dado (como, por exemplo, uma transação bancária). Ao receber uma validação, ele é somado aos demais blocos, através de um registro permanente e não pode mais ser alterado.

A adição dos blocos à blockchain é linear e cronológica. Uma das grandes vantagens de manter dados na blockchain é que duas partes podem se relacionar sem intermediários, em um processo ágil e mais barato.

Os elementos básicos da tecnologia blockchain que sustentam a descentralização são:

• Criptografia: atende aos requisitos de segurança dos sistemas e das aplicações. Os recursos mais usuais são os resumos criptográficos (funções hash) e assinaturas digitais;

• Consenso distribuído: participantes distribuídos podem coordenar ações para decisões comuns, garantindo a manutenção das situações de segurança (safety) e o progresso do sistema (liveness);

• Livro razão distribuído: (ledger) é uma estrutura de dados imutável, em que as movimentações são registradas e o estado geral do sistema é mantido e replicado em todos os nós da rede P2P.

Como negociar criptos na Blockchain?

No que diz respeito ao mercado financeiro, que hoje é o que mais se beneficia da tecnologia blockchain, os bancos digitais são, cada vez mais, as principais opções dos consumidores pela facilidade de acesso, menos taxas bancárias, comodidade e segurança.

Mesmo com a popularização dos serviços bancários digitais, alguns usuários ainda têm medo de realizar determinadas ações em apps. Como é o caso do investimento em criptomoedas.

Apesar de serem vistas por especialistas como o futuro das transações financeiras, representadas na adesão de grandes empresas e figuras públicas, uma parcela de consumidores ainda apresenta resistência para investir em cripto pelo mito associado de que são usados em atividades ilegais.

Para começar a comercializar criptomoedas, você precisa, primeiro, escolher uma categoria de investimento: exchanges convencionais, ETFs (fundos de índice), fundos de investimento, exchanges descentralizadas e peer-to-peer.

O processo pode variar de acordo com a forma escolhida, mas, no geral, é necessário um cadastro, verificação da identidade e depósito. Com saldo na conta, basta começar as negociações dentro da plataforma.

Ao comprar ou vender uma criptomoeda ela é colocada em um bloco com outras, salvas pelos códigos que comentamos acima, equações matemáticas complexas, que devem ser validadas pelos mineradores.

Para resolver essas equações, é necessário conhecimento avançado em programação e muito tempo, pois os blocos são verificados por todos na rede, portanto, não é possível um minerador tentar incluir um bloco com transações inválidas, porque ele será recusado.

Todo esse processo é repetido a cada vez que você compra ou vende uma criptomoeda, gerando novas posições das transações dentro dos blocos, dificultando cada vez mais o rastreamento dos dados.

Além disso, você também pode comprar cotas de fundos de criptomoedas, fazendo negociações diretamente em uma exchange, aceitando moedas digitais como pagamento em algum negócio ou na mineração. Adquirir cotas de fundos é uma das formas mais simples.

Toda a estrutura da blockchain foi pensada para oferecer o máximo de segurança para transações com criptoativos

A Blockchain é mesmo segura?

Toda a estrutura da blockchain é bastante complexa, pensada justamente para que as informações não sejam acessadas facilmente. Para tentar acessar os dados contidos nos blocos, é necessário pesquisar, descobrir os códigos e juntá-los a outros blocos.

A segurança das transações é possível graças à complexidade de engenharia dos códigos usados nas transações, fazendo com que uma transferência seja irreversível, o que evita fraudes nas trocas de informações.

Quem executa essa árdua tarefa são chamados de mineradores, que validam e dão uma assinatura (ou hash) para cada bloco.

Para garantir a confiabilidade da blockchain, o sistema usa algoritmos específicos, chamados algoritmos de consenso, criados como mais um mecanismo de segurança dentro da cadeia de blocos.

Os algoritmos de consenso trabalham para que nenhum dado que já foi inserido seja apagado e que as novas informações dos blocos tenham a credibilidade de todos, não podendo ser fraudadas.

A tecnologia blockchain abrange diversos tipos de algoritmos de consenso, porém os mais usados são:

  • Proof-of-work (PoW) ou prova de trabalho: permite que as transações com criptomoedas sejam confirmadas e registradas sem uma autoridade central. Ele desestimula ataques a blockchain de uma criptomoeda, tornando a verificação de transações cara. Os defensores da prova de trabalho afirmam que é mais seguro do que outros mecanismos, como a prova de participação;
  • Proof-of-stake (PoS) ou prova de participação: é uma alternativa proposta à prova de trabalho. Da mesma forma que a PoW, permite um consenso e prevenção ao problema. Nesse sentido, um novo nó precisa provar que possui acesso a uma certa quantidade de moedas antes de ser aceito pela rede.

Um dos objetivos da blockchain é garantir a integridade dos dados a partir de uma única fonte, eliminando a possibilidade de duplicação das informações, fortalecendo a estrutura de segurança, especialmente nas transações com cripto.

A partir do momento em que a informação faz parte de uma cadeia de blockchain, é possível quase que anular as chances de fraude e adulteração de dados, pois eles não podem ser modificados ou acessados sem a permissão de, pelo menos, uma das partes.

Por ser um banco de dados distribuído, a blockchain pode ser usada em diversos setores, não somente o financeiro, como: distribuição de documentação de sistemas, manuais de uso, artigos acadêmicos, livros digitais e afins. Na verdade, o blockchain pode ser usado para compartilhamento de praticamente qualquer tipo de informação.

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Quais são as vantagens da Blockchain?

A transação de ativos dentro de uma blockchain é bastante segura, como vimos anteriormente, além de transparente, privada e autorregulada. A rapidez no tráfego de dados permite ainda a flexibilização de caixa e gerenciamento dos ativos.

Entre suas finalidades, é possível citar ainda que a blockchain visa a otimização de processos em qualquer atividade online. Veja algumas das principais vantagens do uso da blockchain em serviços financeiros:

Descentralização

Ao falar em um sistema financeiro descentralizado, imediatamente somos levados a pensar em toda uma cadeia aberta, ou seja, que opera sem que haja a necessidade de um órgão ou autoridade central para monitorar, fiscalizar ou, até mesmo, autorizar as operações.

Entre as vantagens das movimentações financeiras descentralizadas está a facilidade de acesso a produtos e serviços, especialmente por pessoas que não conseguem estabelecer um relacionamento com instituições bancárias tradicionais.

Disponibilidade e integridade

Por suportar serviços quase que integralmente no ambiente virtual, a blockchain precisa facilitar a disponibilidade e integridade das informações dos usuários.

A disponibilidade das informações está relacionada ao tempo e à acessibilidade que se tem dos dados e sistemas da empresa, ou seja, se eles podem ser consultados a qualquer momento pelos colaboradores.

Já a integridade dos dados corresponde à preservação da precisão, consistência e confiabilidade das informações e sistemas pela empresa ao longo dos processos ou ciclo de vida.

É fundamental que os dados que circulam sejam armazenados como foram criados, sem que haja possibilidade de uma interferência externa para corrompê-los.

Transparência e auditabilidade

Por conta da natureza descentralizada da blockchain, todas as transações podem ser visualizadas de forma transparente através de um nó pessoal ou de exploradores de blockchain, que permitem que qualquer pessoa veja as transações ocorrendo ao vivo.

Cada nó tem sua própria cópia dentro da cadeia, que é atualizada à medida que novos blocos são confirmados e adicionados. Isso quer dizer que, se você quiser, poderá rastrear a criptomoeda onde quer que ela vá.

Por exemplo, algumas exchanges foram hackeadas no passado e os clientes perderam tudo. Apesar de o hacker ser anônimo, as criptomoedas que eles extraíram são facilmente rastreáveis e se esses hacks fossem movidos ou gastos em algum lugar, isso seria revelado.

Dessa forma, os registros armazenados da criptomoeda são criptografados, o que significa que apenas o proprietário desse registro pode descriptografá-lo para revelar sua identidade (usando um par de chaves pública-privada). Como resultado, os usuários de blockchains podem permanecer anônimos, preservando a transparência.

Imutabilidade e irrefutabilidade

Aqui, o objetivo é mostrar que os registros de dados não mudam e correções só podem ser feitas posteriormente, quando novos registros forem criados dentro da cadeia.

A irrefutabilidade das informações acontece graças aos recursos de criptografia que garantem que os lançamentos não podem ser contestados.

Privacidade e anonimidade

Dentro da estrutura da blockchain o usuário consegue manter as transações em anonimato, somente sendo identificadas a partir de endereços de usuários. Os servidores não armazenam informações completas, apenas partes criptografadas dos dados pessoais.

Desintermediação, cooperação e incentivos

A rede blockchain consegue eliminar terceiros nas transações, pois funciona realmente como um elo entre as informações de forma confiável e segura em um modelo de negócios à base de incentivos em diversos níveis e aplicações.

O que são Tokens?

O termo “moeda” é aplicado por muitos usuários para se referir aos “tokens” e vice-versa. Mas, entenda, são coisas diferentes.

Uma criptomoeda geralmente cumpre a função de ser a moeda nativa de uma blockchain, usada para negociar moeda, armazenar valor e etc. Um token é bastante semelhante, ou pelo menos tem funções semelhantes. Mas, crucialmente, ele tende a usar o blockchain de outra moeda.

Vamos tomar a Ethereum como exemplo. É uma blockchain, cuja moeda é a Ether. A maioria dos tokens, atualmente, são criados na blockchain da Ethereum, embora outras blockchains, como a de Solana, estejam se atualizando.

A Ethereum usa Ether como sua moeda nativa, mas tokens como BAT (Basic Attention Token) e Loopring existem na blockchain da Ethereum.

Esse processo acontece porque a equipe de desenvolvedores (geralmente menor em número) pode permitir que o Ethereum forneça toda a segurança e proteção, enquanto a equipe por trás do token se concentra apenas em criar um token com bons recursos. A blockchain da Ethereum chama seus tokens de tokens ERC-20.

A função do token vai muito além de ser um valor monetário para troca como é o dinheiro. Conheça a função deles:

Security Tokens (Segurança e Título)

Reúne informações de contratos futuros, oferta inicial pública e outros contratos de confiança. A maioria dos tokens emitidos pela ICO (título garantidor de valor) são tokens de segurança.

Quem compra Security Tokens, normalmente, está investindo com expectativa de lucro. Eles são tratados da mesma forma que os títulos tradicionais, onde existe regulamentação.

Equity Token (Referência e Comparação)

Um tipo de token menos procurado no mercado. Trata-se de um token que representa algum tipo de ação ou capital da empresa de origem, sendo um token de capital. No entanto, poucas empresas tentaram, pois ainda não há muita orientação regulação sobre a legalidade das transações relacionadas.

Utility Token (Aplicativo)

São desenvolvidos de forma bastante específica para funções determinadas. Também conhecidos como tokens de aplicativo, são usados ​​para fornecer acesso a um produto ou serviço. São considerados raros porque espera-se que a maioria dos tokens ganhe valor com base em seu fornecimento limitado.

Payment Token (Pagamentos)

O próprio nome já sugere que os tokens de pagamento não têm outra finalidade senão pagar por bens e serviços. Tem função similar às moedas, mas são títulos e não criptomoedas reais de fato.

Deu pra entender como é o processo?

Toda a estrutura blockchain foi pensada e criada para oferecer transparência, credibilidade, agilidade e eficiência aos usuários, especialmente em movimentações com criptomoedas, que possuem alta volatilidade.

Todos os dados contidos na blockchain são criptografados com a hash, conforme já comentamos anteriormente. De forma simplificada, isso quer dizer que as informações na rede protegem a origem dos dados.

Para retirar fundos de uma carteira blockchain ou qualquer carteira, você deve alterar a criptomoeda ou criptomoeda que possui para a moeda desejada. Você não pode remover a criptomoeda, porque o único lugar que você pode ter é a carteira, neste caso a carteira blockchain, e muitas outras carteiras que existem.

Agora que você já sabe o quanto a blockchain é segura e como as transações com cripto funcionam nela, que tal conhecer uma conta que te oferece toda facilidade dos bancos digitais, com a segurança que você precisa para movimentar suas criptomoedas?

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Joanna Medeiros

Jornalista, produtora de conteúdo digital, MBA em Marketing e Comunicação. Acompanhando o mercado financeiro mudar através dos "olhos" da Capitual.