Rede social baseada em Ethereum já conta com 2,5 milhões de usuários
Ontem o ministro Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito das fake news no STF disse que as liberdades de expressão e de imprensa precisam ser exercidas, seja em mídias tradicionais ou nas redes sociais, de modo responsável, com a consciência de que os abusos devem ser punidos. A mensagem veio depois de uma operação policial por suspeitas de disseminação de notícias falsas nas redes sociais invadir a casa de suspeitos e apreender celulares e notebooks.
Além do ocorrido, muitos usuários das redes sociais estão perdendo a fé, principalmente no Twitter, depois que uma série de atualizações da empresa colocaram a privacidade de seus usuários em risco.
Na Tailândia, devido ao medo de perder o anonimato, os dissidentes tailandeses estão migrando em massa para uma plataforma pouco conhecida, Minds, baseada no Ethereum.
A plataforma de rede social é distribuída e busca proteger contra violações de dados e vigilância. A primeira vez que ganhou os holofotes foi em 2015, quando ganhou apoio do grupo ativista anônimo, popularmente conhecido como "Anonymous".
Anunciada como uma das várias redes sociais 'anti-facebook' a surgir na sequência dos escândalos de privacidade do Facebook, o Minds se destaca da multidão com sua abordagem centrada em criptografia.
Construído sobre a rede Ethereum, essa rede social utiliza tokens ERC-20 para recompensar sua comunidade. Por sua vez, os usuários podem utilizar tokens para promover conteúdo ou apadrinhar o conteúdo exclusivo de outros usuários.
Agora, a plataforma está encontrando uma base de usuários totalmente nova. Após um êxodo em massa do Twitter em maio, a rede disse ter conquistado mais de 100.000 novos usuários tailandeses.
We are experiencing a MASSIVE surge of Thai citizens seeking Internet freedom. #mindsth
— Minds (@minds) May 20, 2020
Por muitos anos o Twitter foi o bastião de muitos dissidentes tailandeses que se rebelaram contra as rígidas leis de discurso de seu país. Embora a maioria evite o Facebook devido à obrigação de usar nomes reais, a aceitação do Twitter de contas que usam pseudônimos manteve os tailandeses em boas relações com a plataforma - até agora.
No início deste mês, o Twitter publicou uma postagem no blog anunciando uma parceria com o governo tailandês. Eis que foi seguido por uma atualização da política de privacidade do Twitter, permitindo à plataforma compartilhar "dados no nível do dispositivo", como endereços IP, com parceiros de negócios. Isso serviu como um aviso para muitos tailandeses, que saltaram de navio.